terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MINISTÉRIO PÚBLICO DO MARANHÃO ACIONA FUNDAÇÃO JOSÉ SARNEY POR APLICAÇÃO IRREGULAR DE R$ 960 MIL

A aplicação irregular de R$ 960 mil, oriundos do convênio 02/2004, firmado

com a então Gerência de Estado da Cultura é a base da ação civil pública

por ato de improbidade administrativa ajuizada pelos promotores de Defesa

do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa Marcos Valentim

Pinheiro Paixão (8ª Promotoria) e João Leonardo Sousa Pires Leal (16ª

Promotoria) nesta terça-feira (15) contra a Fundação José Sarney; seu

presidente, José Carlos Sousa e Silva; sua diretora-executiva, Maria das

Graças Monteiro Fontoura, e a Associação dos Amigos do Bom Menino da

Mercês (ABOM).

Na ação, que tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, os

promotores requerem a indisponibilidade dos bens da Fundação José Sarney,

para garantir o ressarcimento dos danos causados ao Estado, uma vez que a

extinção da entidade, já anunciada pelos meios de comunicação,

dificultaria a eventual reparação dos prejuízos causados pelo desvio de

finalidade dos recursos do convênio.

Histórico - O convênio 02/2004 já havia sido investigado pela Promotoria

de Justiça Especializada em Fundações, Associações e Entidades de

interesse Social de São Luís que reprovou a prestação de contas da

instituição, referente aos anos de 2004 a 2007, após constatar fortes

indícios de malversação de dinheiro público.

O Ministério Público do Maranhão apurou que, apesar de terem o

objetivo “de conservação, divulgação e exposição pública do acervo

bibliográfico, documental, textual e museológico” da fundação, os R$ 960

mil recebidos pela Fundação José Sarney foram utilizados apenas para

custear despesas administrativas, entre elas pagamento de pessoal e

manutenção da entidade.

Os recursos foram repassados em 12 parcelas mensais de R$ 80 mil, durante

todo o ano de 2004, tendo sido aplicados em grande parte para fins de

remuneração de pessoal. Dos R$ 960 mil repassados pelo Governo do Estado,

mais de um terço (R$ 386.749,62) foram gastos com remuneração de pessoal.

Do montante recebido pela Fundação José Sarney, R$ 270.447,40 foram

utilizados para o pagamento de empregados da Escola de Música, sob

responsabilidade da Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês (ABOM).

Outra irregularidade constatada foi a destinação de R$ 8,3 mil para

pagamento da folha da ABOM referente a dezembro de 2003, portanto em época

anterior ao convênio 02/2004.

“Além de manter sua estrutura pessoal durante o ano de 2004, a Fundação

ainda sustentou desde dezembro de 2003 até o fim de 2004, os empregados da

escola de música de outra entidade que não tinha qualquer relação com o

objeto do convênio”, afirmam os promotores na ação.

Além do pagamento de pessoal, foram gastos R$ 116.302,32 com despesas com

INSS, FGTS e vale-transporte. Os recursos recebidos pela Fundação José

Sarney também foram irregularmente utilizados para pagamento de impostos e

taxas junto ao Ministério da Fazenda (R$ 2.039,74) e à Secretaria

Municipal da Fazenda (R$ 5.523,20).


Centra de Notícias

Um comentário: