sexta-feira, 19 de junho de 2009

LUÍS NASSIF FALA SOBRE AS DENÚNCIAS CONTRA SARNEY

Confesso um profundo desânimo de escrever sobre os empregos dos familiares do presidente do Senado José Sarney.
Há três anos escrevi longamente sobre a venda da Cemar - Centrais Elétricas do Maranhão - para fundos de investimentos aliados a Fernando Sarney. A empresa estava sendo recuperada, por uma intervenção da ANEEL. O GP adquiriu o fundo simplesmente conseguindo que a Eletrobras renegociasse o passivo em boas condições. Um escândalo maiúsculo, sem a menor repercussão porque não havia interesse, naquele momento, em instrumentalizar a denúncia.

Meses atrás, quando estourou o caso Gautama, era evidente a ligação da empreiteira com a família Sarney. A mídia em geral atacou o governador Jackson Lago. Eu o defendi. Não saiu uma linha sobre Sarney. Depois, quando Sarney foi eleito presidente do Senado, desencavaram o tema por uma questão de conveniência política.

Quando começou o processo de cassação do Lago, fiz nova defesa aqui - ao lado de outros blogs independentes. O esquema Sarney em São Luiz espalhou que estava sendo financiado pelas verbas da Secretaria de Comunicação do Jackson Lago. Quando Roseana assumiu, escancarou as verbas e um valor imenso tinha sido aplicado, mas nos grandes veículos, visando reduzir as críticas. Não houve retificação das insinuações lançadas.

Tenho um largo histórico de conflitos com o esquema Sarney. Na verdade, desde o Plano Cruzado, quando o consultor geral Saulo Ramos, um grande espertalhão, editou um segundo decreto do Cruzado para permitir a sobrevida da indústria das liquidações extrajudiciais e das concordatas - das quais ele, como advogado, sempre fora grande beneficiário.

Acompanhei as estripulias do Edemar Cid Ferreira, protegido de Sarney, assim como as concessões distribuídas a Mathias Machline, Abril, Objetivo. Graças a Sarney ganhei um Prêmio Esso em 1987, denunciando-o, e fui rifado pela Folha pouco tempo depois e por razões bem sólidas, que garantiram a Sarney a gratidão do jornal e espaço vitalício como seu colunista.
Por tudo isso, considero Sarney o maior representante do que de mais atrasado existe na política nacional. Mas considero esse jogo de denúncias seletivas uma ampla manipulação. Usa-se a denúncia como ferramenta política apenas, jamais como instrumento de aprimoramento político.

COMENTÁRIOS:
Este é mais um exemplo do rastro de lama que essa família "bem composta" deixa para traz. A questão é quem na família não se envolveu em escândalos?
José Sarney se referir a sua família de "BEM COMPOSTA" é até cômico.
ENTÃO TAH!!!

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